No geral perdemos nossa capacidade de identificação com o que fazemos.
Poucos são os que podem assinalar sua contribuição pessoal para a sociedade.
A produção em série de tudo, bens de consumo, escolas, comportamento, moradias, fez do homem uma máquina que vive sem nenhuma habilidade especial.
Aí vêm as interrogações:
- quem sou?
- aonde vou?
- o que represento?
E isso não é só a juventude que anda em busca de identidade. Embora ninguém fique feliz por converter-se em um número, estamos todos nos tornando uma série de números para fins de cadastro fiscal e pagamento de impostos, cobranças bancárias, carteiras de habilitação, etc.
Estamos nos convertendo em espectadores passivos da cultura em vez de ajudar a construí-la.
Mesmo o futebol, as partidas são para ser assistidas e não mais jogadas.
A música se transformou num xarope calmante que serve de fundo no shopping center ou para trilha sonora de um modelo comprado pronto de comportamento e não um meio de envolvimento real. Tudo se tornou um meio de distração.
Porém, neste fechamento anual para balança, o que chamamos de feliz ano novo, é bom lembrar-se de alguns detalhes deixados de lado:
- Sensibilidade auditiva significa escutar detalhadamente, não apenas ouvir;
- Sensibilidade visual significa uma discriminação consciente de diferenças e pormenores, não apenas reconhecer.
O mesmo vale para o tato, sabor, cheiros e as demais experiências sensoriais e principalmente as experiências afetivas.
Sensibilidade criadora – é o que torna a vida satisfatória e significativa.